2014 | 2% ao Mês

Organizar finanças pessoais como finanças empresarias

Certa vez eu pensei "será que posso organizar minhas finanças da mesma forma como as empresas organizam suas finanças?". Achei que essa era uma brilhante ideia, tal como brilhante, pensei também que muitas pessoas poderiam já ter pensado nisso e então fiz uso do velho e conhecido google para encontrar algo sobre. 

Encontrei diversos blogues e sites, porém, um deles achei muito esclarecedor: um trabalho de conclusão de curso de contabilidade que tratava do assunto, o trabalho foi bem escrito, de forma didática de modo que muito pude aproveitar e fiz algumas modificações para aplicar à minha situação.

Bom, resumindo, o produto mais interessante que pude observar do trabalho foram os conhecidos: balanço patrimonial e; demonstração dos resultados. Estes são instrumentos da contabilidades da empresa, neste post retendo focar no balanço patrimonial que é a representação da situação patrimonial, financeira e econômica do patrimônio de uma entidade.

O balanço patrimonial registra o valor dos bens, direitos e obrigações, classificados conforme liquidez decrescente. A situação líquida da entidade é também registrada de forma que é o resultado da subtração entre direitos e obrigações em um determinado momento do tempo. A representação clássica é feita em forma de tabela com duas coluna, no lado esquerdo fica o ATIVO, no lado direito ficam o PASSIVO e O PATRIMÔNIO LÍQUIDO.


No âmbito das finanças pessoais o ATIVO seriam as aplicações de recurso feitas pela pessoa em bens de capital duráveis (imóveis, automóveis, jóias, eletrodomésticos etc) e investimentos ou aplicações financeiras (ações, títulos públicos, caderneta de poupança etc) e disponibilidades financeiras (dinheiro, valores em conta corrente, valores a receber).

O PASSIVO seriam as dívidas contraídas para composição do patrimônio, são provenientes de terceiros: empréstimos, financiamentos para pagamento de custos, financiamentos para aquisição de bens. A diferença dos bens e direitos menos das obrigações e dívidas mostra a situação líquida da pessoa, ou seja, quão rica ela é.

Às vezes, você observa uma pessoa ou outra que tem uma casa muito bonita, carro novo na garagem, jóias etc que conseguiu tudo aquilo através de financiamentos. Pode ser que o patrimônio líquido seja menor do que o que você imagina. Do outro lado às vezes você observar pessoas que moram em casa pequena, dirigem carros semi-novos, no entanto, sua riqueza pode ser maior que àquela que ostentava mais.

Abaixo, mostro a forma como eu organizo meu balanço patrimonial. Normalmente uma empresa faz um balanço ligeiramente diferente de outra, isso também ocorre em finanças pessoais, uma pessoa pode fazer uma organização do balanço diferente da outra, pois a realidade das pessoas são diferentes, embora a essência dos balanços sejam as mesmas.


Esse balanço acima é hipotético, mas para fins de explicação, posso dizer que eu aplico algumas particularidades ao meu balanço:

- Valores a receber: ponho o valor correspondente a seis meses de salário, pois como trabalho em uma empresa grande, acredito que uma demissão seria algo previsto com esse grau de antecedência, mas essa é uma premissa que depende de cada um.
- Gastos de Curto Prazo: para gastos fixos eu faço uma estimativa de seis meses de gastos totais (por enquanto sem discriminar entre fixos e variáveis); seis meses de gastos financeiros (são os juros do financiamento); aplico as regras dos seis meses, pois acredito que posso em seis meses vender o bens que comprei por via de financiamentos e eliminar os custos financeiros.
- É importante prever as depreciações ou até mesmo valorizações para os bens duráveis e sim, imóvel nem sempre valoriza, às vezes desvaloriza ou se mantém no mesmo valor, e isso deve ser levado em consideração e é fácil, basta ficar de olho no mercado local, nas vendas de imóveis semelhantes .

Bom dessa forma, você pode acompanhar a evolução do seu patrimônio líquido! Se você tiver muitos carros e eletrônicos, por exemplo, a depreciação é muito significativa e embora seus ganhos superem seus gastos, seu patrimônio pode estar reduzindo ao longo do tempo.

Em um outro post vou tentar abordar o assunto de demostração de resultados em finanças pessoais que é a forma como você pode representar em um determinado período de tempo, mensal, bimestral, trimestral etc os seus ganhos e gastos de forma a destacar o lucro ou prejuízo naquele determinado período. Eu faço com que isso esteja lincado ao balanço patrimonial. 

Até mais e boas finanças!

Resultado Nov/2014

Boa noite, blogueiros das finanças. Mais um mês complicado para mim, na renda fixa, tudo tranquilo, mas na renda variável dos meus dois ativos, ALPA4 e PSSA3, a primeira continua a me decepcionar, enquanto a segunda segue normal ainda sem trazer grandes ganhos.

Semana passada, com IBOV ali na casa dos 50mil pontos eu queria comprar BBSE3, ESTC3 e PETR4, mas não pude, estava em viagem fora do país e não tive como transferir nada para a corretora, daí quando cheguei, já estava tudo caro, fiquei chateado e não comprei nada ! PETR4 aparentemente tá ficando barata de novo, quem sabe, abaixo de R$ 12,00, eu faça um aporte nela - para quem esteve acima de R$ 20,00 alguns meses atrás!

O resultado geral ficou:

Crescimento pelo sistema de cotas: 0,39%.
Aporte: R$ 360.
Rendimento pelo sistema de cotas: R$ 800.
Patrimônio: R$ 207,26 mil.
Crescimento acumulado no ano pelo sistema de cotas : 6,38%.


Estou ganhando do IBOV, pelo menos, que fechou o mês com crescimento no ano de 6,13%, mas para o CDI estou perdendo feio! Abraço a todos e bons negócios!



Resultado Out/2014

Olá, blogueiros de plantão! Estou trabalhando em viagem, portanto não poderei apresentar de forma completa os resultados desse mês. Pelo menos por enquanto, pois está corrido!

Vou passar os dados gerais e depois no final da semana faço uma postagem completa.

  
Crescimento pelo sistema de cotas: 0,00%.
Aporte: R$ 4,901 mil.
Rendimento pelo sistema de cotas: R$ 0,01.
Patrimônio: R$ 206,819 mil.
Crescimento acumulado no ano pelo sistema de cotas : 5,97%.
Crescimento acumulado no ano pelo sistema de cotas : 5,97%.


Foi um mês difícil para minhas finanças. O que ganhei em RF foi quase exatamente igual ao que perdi com RV e então fiquei neutro. Minha preocupação está em ALPA4, pois é uma empresa boa que de repente despenca a cotação. Vou ficar de olho no balanço que deve sair esses dias.

Abraços!

Em 07/11 -> Conforme é de praxe, seguem tabelas e gráficos completos! Triste saber, mas no ano, em termos de rentabilidade, estou perdendo até para o IBOV. Se não fossem os aportes esse rendimento talvez compensasse somente a inflação e mal.



Tão importante quanto fazer render é economizar - compra de carro usado

Na blogosfera das finanças vejo que as pessoas estão muito preocupadas em fazer com que seus investimentos rendam mais, no entanto, eu acredito que economizar seja tão importante quanto obter bons rendimentos na busca pela IF. Uma prática minha é de sempre comprar carros usado, ditos semi-novos. Tenho certeza que nem todos concordem pois a compra do carro é uma questão muito pessoal.

Meu perfil de carro é o mesmo perfil de muitas pessoas, sendo um carro: pequeno, pois não tenho necessidade de ter um carro pessoal grande, com carroceria; com um visual moderno, não chamativo e de fácil negociação caso eu queira vender; completo, com ar, direção, travas, ar-condicionado e com motor de média potência, de 1.4 a 1.8; bom de mecânica, ou seja, que não vá me deixar na mão.

Baseado nesse perfil, minha estratégia não é de comprar um carro novo e sim, de comprar um semi-novo de 3 a 5 anos de uso que atenda às minhas necessidades. Um carro novo perde em média 15% (matéria sobre a depreciação) do seu valor no primeiro ano, a chamada depreciação e essa perda de valor se mantém até o final da vida do automóvel, quando vira sucata. Só que essa taxa de desvalorização diminui ao longo do tempo.

Por exemplo, carros que atendam ás minhas necessidades, não saem de loja novos por menos de R$ 40 MIL. Peguemos um de R$ 50 MIL, isso significa que eu perderia cerca de R$ 7,5 MIL com depreciação no primeiro ano, fora as ditas revisões que são muito caras. Ou seja, só com depreciação e revisões, eu gastaria R$ 8 MIL no ano, ou R$ 667 por mês.

Caso eu financie, fica ainda pior. Digamos que eu financie R$ 35 MIL dos R$ 50 MIL, significa que nos primeiros meses, cerca de R$ 500,00 serão só de juros. Dessa forma, juntando juros, com depreciação, com gastos de revisão, essa conta fica em R$ 1167,00 por mês, ou R$ 14 MIL no primeiro ano aproximadamente, depois diminui, pois o valor do carro fica menor, fazendo com que a depreciação fique menor. Caso financie, a parcela do juros da mensalidade do financiamento de um carro, também fica menor.

Bom, se você é do tipo que tem uma renda maior que R$ 50 MIL por ano, você pode muito bem arcar com esse luxo, mas para a maioria dos brasileiros, isso não é possível e às vezes o cidadão acaba se endividando muito, perdendo o controle. Tem gente que gosta de trocar de carro a cada 2 ou 3 anos, pois fica enjoado do anterior.

Um carro de R$ 50 MIL, após 4 ou 5 anos de uso, você consegue encontrar no mercado pela metade do preço original. Pode fazer um belo negócio, fazendo uma boa escolha e atentando para os fatores: procedência, através da análise da documentação do carro e do dono; situação da lataria; baixa quilometragem, abaixo de 70 mil km; boa condição mecânica, avaliando os registros de revisões.

Nesse caso, a depreciação seria menor, cerca de 10% ao ano, ou R$ 2,5 MIL no ano e o custo com manutenção não seria muito maior que os R$ 1 MIL reais no ano, caso você tenha um bom mecânico, não mais precisando fazer o serviço nas concessionárias, que cobram valores absurdos. Fica mais fácil comprar a vista também, pois o valor envolvido é menor. 

Concluindo, fazendo as escolhas certas - não financiar, comprar semi-novo - você pode deixar de gastar R$ 14 MIL no ano e passa a gastar R$ 3,5 MIL, redução de 75% nos gastos. Claro que não terá um carro com cheirinho de novo, mas terá um carro com o mesmo nível de conforto e você pode comprar a essência de "cheiro de carro novo" para enganar o seu olfato.

Exemplo:

Carro novo

Carro semi-novo

Nesse exemplo, o preço não ficou exatamente a metade, pois depende do estado e da sua negociação com o vendedor. Esse carro da fiat eu acho um ótimo carro, aliás, depois de eu melhorar minha condição financeira, vou até poder me aventurar em um carro novo, mas por enquanto não dá.

Não esquecer de cuidar bem do carro, isso ajuda na revenda, e não passar mais de 2 ou 3 anos com o carro semi-novo, pois se o carro ficar muito velho, acima de sete anos, fica mais difícil vender.

Minha regra, em busca da IF, é que meu carro não gaste com depreciação e revisões (manutenção) mais do que um terço dos meus rendimentos com investimentos. Claro que isso não é possível para todos, mas certamente será um dia caso façam as escolhas certas e isso me ajuda a não ostentar. Esse texto trata somente da questão das finanças, não trata em detalhes de cuidados que se deve tomar na compra de carro usado. Atéé!

Resultado Set/2014

Dessa vez o foguete parece que ficou sem combustível e caiu feito um meteoro! No mês de setembro o IBOV caiu 11,7%. Para falar a verdade, eu já estava esperando uma queda grande, pois quanto maior o tamanho, maior o tombo. O IBOV subiu sem fundamento, na minha opinião, com duas das maiores empresas do índice, Petrobras e Vale, apresentando resultados bem modestos nos balanços, ou seja, não justificando essa caminhada toda para o céu que havia ocorrido, principalmente na primeira. Um movimento puramente expeculativo, que pode ainda não ter acabado!

Apesar de eu estar pouco exposto em Renda Variável, mesmo assim, meus ganhos foram negativos no mês, -0,51%, e meus ganhos acumulados desde março/14, quando comecei a mexer com Renda Variável, ficaram modestamente positivos, 5,97%, digno de um rendimento de poupança e perdendo para o CDI. Durante a queda, aproveitei para me tornar sócio de PSSA3, pois uma empresa dessas que tem lucros crescentes está baratinha.

Sigo com dois ativos somente, por enquanto, ALPA4 e PSSA3. Os dois me trazendo prejuízo, mas estas eu comprei para segurar. Próximo mês acho que vou recuperar um pouco da perda de agora, pois fiz desde julho, vendas de opções a descoberto em PETR4 e ITUB4 e elas ficaram positivas já, após um período em que elas ficaram muito negativas, mas eu não desfiz a operação durante o período, pois acreditava em uma queda. Vou desfazer agora, pois elas vencem em outubro, pena que foi pouco dinheiro....rsrsrsr
Pouco exposto ainda em Renda Variável, aguardando as vacas ficarem magras para comprar por um bom preço, alimentar, e vender bem!

Resultado Ago/2014

A Bolsa de Valores de São Paulo continua subindo feito um foguete, 9,78% em agosto. Eu me alegraria mais se esse aumento estivesse associado a uma melhoria dos fundamentos da economia e das empresas, mas nada disso, é pura especulação! A grande responsável por todo esse movimento, PETR4, já dobrou de valor desde sua mínima em março de 2014, se isso estivesse associado ao aumento de lucros, lucro que reduziu em 20% no 2T14 em relação ao 2T13, mas não é nada disso, dizem que é por conta das eleições.

Nesse contexto nada racional, meus investimentos tiveram rendimento de 0,68%. Meu único ativo é ALPA4 que no mês subiu 3,1%, no entanto, o rendimento ficou comprometido pois tive que pagar umas DARFS de uns lucrinhos que tive mexendo com opções nos meses anteriores.

Estou perdendo tanto para o CDI, quanto para o IBOV e sigo pouco posicionado por achar que as ações estão caras no momento. Por esse motivo fiz operações de venda a descoberto com opções em alguns papéis, ITUB4 e PETR4. Isso está tirando meu sono..rsrsrs...pois elas vem subindo loucamente. Bom, operações desse tipo, eu só reflito no meu balanço depois de finalizar a operação e se a bolsa continuar subindo do modo como está, nos próximos meses poderei contabilizar prejuízos enormes.

Essa situação atual me fez refletir o quão pequena é minha capacidade de prever algum movimento da bolsa e que a estratégia de se sentir sócio e de alguma forma contribuir para a empresa, ela contribuindo para o sócio, sendo um Buy and Hold, talvez seja a melhor forma de agir. Pois, seja lá quem controla esse sobe e desce, ou só sobe..rsrsr, o faz muito bem e tem a capacidade de fazer perder aqueles que não são convidados da festa.

Resultado jul/2014

Olá, caros investidores da blogosfera! Esse mês de julho o IBOVESPA subiu feito um foguete, 5,01% de alta, e eu infelizmente não aproveitei o momento, tendo minha carteira obtido humildes 0,57% de rendimento, utilizando o sistema de cotas do AdP. No acumulado do ano fiquei atrás do CDI e do IBOV.

Em ações, fiquei com cerca de zero de rendimento isso porque só estou comprado em ALPA4 e, embora eu esteja ainda bastante otimista em relação ao papel, a cotação só caiu, de R$ 11,60 até R$ 10,62. Caiu tanto que eu, sendo desobediente á minha estratégia de não realizar aportes em ações nesse momento de IBOV em alta, comprei um pouco mais do papel por achar barato, R$ 10,85, aumentando a exposição em ações de cerca de 10% para 15%.

O que me salvou de ficar negativo em Renda Variável, foi uma operação rápida de venda a descoberto que fiz com opções do ITAU no início do mês - ainda brincando com isso - esse ganho equilibrou a perda que tive com ALPA4, ficando então zerado. O resto, para eu ter ficado ainda com esse ganhozinho de poupança no geral, foi fruto de renda fixa (LCI e LCA).


Sigo minha estratégia de não aportar muito em ações no momento, mantendo a baixa exposição. Estou com cerca de 15% dos meus investimentos em ações e não pretendo aumentar isso até que o IBOV corrija essa alta dos últimos meses, afinal, a economia do país não está lá essas coisas e a bolsa anda muito animada!

Análise técnica ou fundamentalista: qual delas funciona?

Tenho lido alguns blogues aí pela nossa internet e vejo que existe às vezes uma espécie de "apartheid" entre as pessoas que usam uma técnica ou a outra. Tenho visto casos em que parece torcida de futebol e um cidadão passa até a xingar o outro por conta de o mesmo ser adepto de um técnica, enquanto o outro é adepto da outra. Existe então uma grande rivalidade!

Por tudo que já li, por todos os livros que já foram publicados sobre ambos os assuntos, por todas as postagens em blogues sobre esses: será mesmo que uma delas é errada e a outra é a certa? Ou melhor, aquela que eu escolher é a certa e devo então desdenhar do outro lado? Porque não acreditar que ambas funcionam e que você deve utilizar isso ao seu favor.

Até onde entendo, a análise Fundamentalista proporcionará uma visão da firma, dos fundamentos da empresa, que quando incluído o fator tempo, de forma a acompanhar a evolução dos indicadores, também traduzirá como está a performance da firma. Não é 100% de chance de ganhar, afinal, a performance passada boa, não garante performance futura boa e pode ocorrer o azar de os fundamentos piorarem justo após a realização de sua compra.

De forma totalmente diferente, a análise Técnica proporcionará uma visão do caminho da cotação da ação de determinada firma, no curto, médio ou longo prazo, tentando através de candlestick e dos formatos criados por estes dar uma pista de qual será o próximo movimento, não quer dizer que vai acertar, é uma pista e tem uma certa probabilidade para acontecer. Não vai levar em conta os fundamentos da empresa por trás daquele papel.

Á estratégia atual que considero seguir é utilizar a análise fundamentalista para o longo prazo, ou seja, comprar ações de empresas com boa performance dos seus fundamentos e utilizar a análise técnica para o curto e médio prazo, operando ações que apresentem alta volatilidade e performance intermediária de seus fundamentos, empresas essas que não demonstram a confiança necessária para o ato de comprar e segurar, mas que podem gerar um ganho no prazo mais curto, devido sua alta volatilidade.

Outra questão é quanto alocar em cada "modalidade". Bom, essa pergunta eu ainda não repondi totalmente nem para mim: acho que para alguém que trabalha muito e não tem tempo para acompanhar o pregão, que é o meu caso, é bom alocar pouco para a modalidade técnica, talvez 20% do total em renda variável, os outros 80% na modalidade fundamentalista já que esse perfil de pessoa pode analisar os fundamentos de uma empresa no final de semana por exemplo e decidir que passo tomar. Para alguém que tem tempo de sobra e pode acompanhar os pregões, a exposição poderia até ser maior na modalidade técnica.

Agindo dessa forma, ao longo do tempo, é possível criar a experiência necessária às decisões e poderá até escolher uma para alocar tudo nela, caso mostre a si mesmo em um prazo longo e bem documentado/contabilizado que uma técnica ou outra faz você acertar mais, elevando sua rentabilidade.

Resultado Jun/2014


Aqui estou eu de novo, já mais estudado em relação ao mercado financeiro. Desde março/2014 operando e investindo em ações. Preparei um gráfico para mostrar a rentabilidade comparando com o CDI e o IBOV, também uma tabela para demostrar como os meus recursos estão alocados, no momento. Para ficar no padrão dos demais investidores de blog, estou utilizando o sistema de cotas, do blog Além da Poupança, explicado no link. Por enquanto a meta mensal está em 1,2%, pois ainda estou aprendendo e, por hora, os 2% são ainda não factíveis para mim.


No mês de junho/2014, obtive crescimento total de 1,21%, pelo sistemas de cotas, ou seja, não contabilizando o efeito do meu aporte que foi de R$ 3,76 mil. Para mim, foi um ótimo crescimento, pois atingi pela primeira vez minha meta inicial que é de 1,2% am. No acumulado do ano, bati o CDI e o IBOV, pura sorte de principiante!


Atribuo o bom resultado à três operações que fiz com ALPA4, KLBN4 e opções da ITUB4. Mês passado também fiz operações com ITUB4, fiz nesse mês, quase a mesma coisa que fiz mês passado, como interpretei que ela estava a um preço alto, eu fiz uma trava de baixa e me sai bem com essa escolha. 

Enfim, com ações consegui 6,4% de rendimento, pura sorte de principiante e elevou meus rendimentos totais à 1,21%, pois com o restante em renda fixa, LCI e LCA, consegui a mesma baixa rentabilidade de aprox. 0,7%! Minha exposição em ações é baixa, por enquanto, aproximadamente 10% do meu patrimônio e isso me ajuda no fator psicológico, pois em algumas operações eu cheguei a ficar negativo, mas como havia percentualmente pouco dinheiro envolvido, eu não me desesperei e aguardei até a onda virar, e virou.

Por enquanto, como acho que a bolsa está sobre-valorizada no curto prazo pois a economia do país está mal, vou manter minha baixa exposição. Estou somente com um papel em carteira, a ALPA4, mas estudo a possibilidade de trocar por KLBN4, ou simplesmente comprar esta, quem sabe, mas aí eu aumentaria minha exposição em ações o que por enquanto vai contra a minha estratégia.
Estou no momento com uma estratégia conservadora, quase tudo em renda fixa e 10,9% em renda variável e até agora somente com operações curtas em ações, pois não achei ainda um papel que eu tenha coragem de comprar e segurar, embora as ALPA4 e KLBN4 sejam as mais próximas de entrar nessa modalidade de investimento, estou estudando-as.

Eleições de 2014 e bolsa de valores

Entrei no mercado em março/2014. Entrei cauteloso, entrei devagar! Fiz algumas poucas operações, uma delas a compra de PETR4, por julgar que estava muito barata. Assim que comprei, começaram os boatos de CPI pra cá, CPI pra lá e então eu às vendi muito baseado pela mídia e eu interpretei tantas notícias negativas como algo prejudicial para a empresa, do ponto de vista de valor das ações.

Auferi um pequeno lucro dessa venda, após leve subida, e então as ações começaram a ter sua cotação aumentada ainda mais. Aprendi logo uma primeira regra sobre o mercado de ações: "1 - não se deixe levar pela mídia". Fiz uma análise que se mostrou ser correta, o valor da ação estava barata, PETR4 à R$ 13,00 era uma pechincha. Procurando saber o porquê desse aumento, através dos grandes sites de mercado, a explicação seria a corrida presidencial.

Logo abaixo, elaborei um gráfico onde coloco o crescimento do índice da bolsa de São Paulo, tomando como base o fundo de aproximadamente 45.000 pontos que se formou em março/14. Há também o crescimento do histórico das intenções de voto dos candidatos: Dilma (PT) e; Aécio (PSDB). Há ainda um quarto parâmetro, que é o crescimento de Aécio (PSDB) subtraído do crescimento de Dilma (PT). A fonte dos dados sobre intenção de votos foi o datafolha.


A primeira pesquisa data de 20/02. Até agora, 20/06, o IBOV cresceu cerca de 22% desde o seu fundo, de 45.000 pontos, Dilma perdeu 10 pontos nas intenções de voto, estando com 34 pontos, tendo caído quase 25% desde seu topo de 44 pontos, enquanto Aécio ganhou 3 pontos, estando com 19 pontos, tendo aumentado quase 20% desde o início com 16 pontos. Fazendo uma conta aproximada, "parece" que a cada um ponto que Dilma cai, ou a cada um ponto que Aécio sobe, o IBOV cresce 1,5%.

Para Aécio ultrapassar Dilma, mantendo o resto constante, seria necessário que Aécio avance cerca de 8 pontos, enquanto que Dilma precisa diminuir cerca de 8 pontos. Um movimento desses de 16 pontos, pelas contas anteriores, traria uma aumento no IBOV de 16x1,5%, que são 24%, o que levaria o IBOV para cerca de 68.000 pontos. E Aécio ganhando, como fica, aumenta ainda mais? Será isso mesmo? Só expectativas otimistas, sem um real de lucro a mais no balanço das empresas?

Acho que, dentre vários fatores, o fator "expectativa dos investidores" é um fator que gera forte oscilação no preço das ações e o mercado sempre consegue uma fonte de expectativas, sejam otimistas ou pessimistas, para gerar ou, como às vezes, simplesmente culpar, como um bode expiatório, o movimento no mercado que deve trazer lucros à alguns, prejuízos à outros.

Do ponto de vista operacional, as empresas no país continuam lidando com um péssimo ambiente de negócios, dificuldades burocráticas, inflação alta, juros altos, baixa qualificação e produtividade dos trabalhadores - "teremos vários estádios de primeira qualidade!". O próximo governo, seja qual for, terá grandes desafios, pois o aumento do combustível e das tarifas de energia trará um impacto considerável na economia, pois todos dependem desses recursos e, será um alívio para as petrolíferas e para as concessionárias de anergia, mas para o resto será mais aumento de custo.

De qualquer forma, olhando pelo lado das empresas, os lucros das empresas em bolsa no 1T2014, foi maior em 6,5% em relação ao mesmo período de 2013, impulsionado pelo setor bancário (link). Então, em janeiro, apesar da queda do IBOV naquele período, as empresas começaram o ano com o pé direito. A alta recente no IBOV é um misto de expectativas otimistas e bons resultados que serão afetados pelos resultados das empresas do 2T2014 e das eleições presidenciais, é claro.

Você já deve ter ouvida falar em opções sobre ações.

Encaro opções como uma ação, no entanto, com prazo para vencer e variação percentual potencializada em relação à ação. Por exemplo, se a cotação da ação variar em um dia -2%, uma de suas opções correspondentes pode variar -30% para opção do tipo call, ou +30% para uma opção do tipo put. Vale ressaltar que as opções do tipo call são mais negociadas na bolsa brasileira do que as opções do tipo put. Daí percebe-se o risco que operações com opções podem representar ao seu patrimônio, percebe-se também o grande potencial, em termos de rentabilidade, que operações com opções tem, tudo depende da opção que se toma e essa escolha não é fácil.

Sendo mais formal e explicando o que realmente são opções sobre ações, de forma geral, existem dois tipos: call e puts. Na opção do tipo call ou de compra, você paga pelo direito de comprar um determinada ação por um preço pré-determinado ou de exercício (strike) em uma data futura pré-determinada (data de exercício). Por exemplo: a opção ITUBF36 confere ao comprador o direito de comprar a ação ITUB4 ao valor de R$ 35,04 em 16/06/2014 que é a data do vencimento da opção. No dia 29/05, a opção ITUBF36 fechou o dia cotada ao valor de R$ 1,26, dessa forma, caso tenha comprado por este valor, será vantajoso exercer o direito de comprar ITUB4 se a ação na data de vencimento estiver sendo cotada acima de 36,3 (1,26+35,04), pois você terá gasto 36,3 e terá em mãos uma ação que valerá mais do que isso no mercado. Caso a ação esteja sendo cotada abaixo de 35,04, você perderá o valor pago, 1,26, ou seja, perderá 100% do valor investido, pois não será vantajoso exercer o direito de compra da ação, sua opção virará "pó". Entre 35,04 e 36,3 é também vantajoso exercer o direito de compra, pois você diminuirá o prejuízo, perderá dinheiro, mas não 100% dele. Veja bem, teria coragem de utilizar 100% dos seus recursos na compra da ITUBF36? Olha o risco que se corre nessas operações, você pode perder tudo!

Não é obrigado aguardar até a data de exercício para finalizar a operação com a opção, você pode finalizar através da venda da opção a qualquer momento até a data do vencimento. No dia 30/05, no fechamento do dia, a opção ITUBF36 estava sendo cotada a 0,75. Observe que de um dia para o outro, a opção se desvalorizou de 1,26 para 0,75, variação de -40,5%, enquanto que a ação ITUB4 variou -2,8%. É possível perder 40,5% de todo o recurso disponível para investimento em um dia! Mas nem tudo são espinhos, quando a ação varia positivamente, a opção varia potencializada, podendo trazer ganhos de 50% ou 100% em um único dia.

Pode-se, para o fechamento do dia 30/05, construir um gráfico acerca do ganho ou perda que se pode ter através de operações com opções. ITUBF36, a qual tem valor de exercício 35,04, estava cotada a 0,75, enquanto que a ação ITUB4 estava cotada à 35,80. No gráfico abaixo, o eixo horizontal representa as possíveis cotações da ação ITUB4 na data de vencimento (16/06/2014) da opção ITUBF36. O eixo vertical, representa a variação percentual da opção.

No gráfico acima, podemos ver que comprando ITUBF36 no dia 30/05 ao valor de 0,75, o percentual de ganho ou perda vai depender do valor de ITUB4 no dia do vencimento da opção (16/06/2014), ou seja, ITUB4: abaixo de 35,04, perda de 100%; entre 35,04 e 35,79 (35,04+0,75), você perderá algo, mas não os 100%; acima de 35,79, é só alegria, você vai ganhar mais quanto mais a ação aumentar. Por exemplo, como mostrado pela estrelinha verde do gráfico acima, caso ITUB4, varie de 34,8 para 38, variação de 9,2%, a opção variará 295%, um baita ganho!

Daí fica bem claro que se deve comprar opção do tipo call quando se há a expectativa de valorização no curto prazo da ação, no entanto, caso essa expectativa não se concretize, a perda pode ser violenta. Desa forma, a sugestão é sempre utilizar uma pequena porção do seu capital para uma operação como essa.

Enfim, esse é só um tipo de opção, existe outro. Além disso, existem diversas outras operações que podem ser realizadas com opções, inclusive, operações nas quais é possível ganhar com a desvalorização da ação. Bom, mas esses são tópicos para outras postagens.

Como fazer a alocação de seus recursos?

Essa pergunta não é fácil de responder e vai depender muito do perfil de cada investidor, da idade também, acredite se quiser! Esse tema chega a ser polêmico e alguns se exaltam defendendo suas teses, ou criticando as estratégias de terceiros. O que muita gente não sabe é que esse assunto já tem um tratamento acadêmico-científico e empresarial vasto e talvez esses estudos já apresentados sejam um bom ponto de partida para iniciar sua estratégia de investimento.

Dessa forma, um modo de iniciar a sua alocação de recursos é seguir, não totalmente, mas como um norte, a política de investimentos de grandes fundos de pensão os quais tem equipes enormes de economistas e especialistas do setor financeiro. Esses fundos publicam suas políticas de investimentos e através delas é possível verificar como as mesmas alocam seus recursos. Alguns relatórios são volumosos e contém muitas informações da economia nacional e mundial, sendo também um documento que proporcionará muito aprendizado.

Os fundos de pensão existem para garantir a previdência complementar de seus participante. Logo, é bastante reconfortante a idéia de alocar os recursos como os fundos de pensão o fazem, no entanto, na sua versão mais agressiva, pois, se a meta é alcançar os 2% ao mês, com uma estratégia muito conservadora, será muito difícil alcançar o objetivo.

Para começar a mostrar como alguns dos fundos de pensão alocam seus recursos faz-se necessário ter um conhecimento mínimo dos segmentos de investimentos existentes, os quais são: renda fixa; renda variável; imóveis; investimentos estruturados; investimentos no exterior.

Renda fixa - tipo de investimento que possui uma remuneração paga em intervalos pré-definidos e em condições pré-definidas. Exemplos: caderneta de poupança; certificado de depósito bancário (CDB); letras hipotecárias e; títulos públicos.
Renda variável - tipo de investimento que possui uma remuneração indefinida no momento da aplicação, podendo variar positivamente ou negativamente. Exemplos: ações; fundo de ações; commodities (ouro, moedas, petróleo); derivativos (contratos negociados na bolsa de valores).
Investimentos estruturados - também denominados de alternativos, reúnem os fundos de investimentos em participação - FIPS, em fundos de empresas emergentes, em fundos imobiliários e por último em fundos multimercados que possuem características próprias.
Investimentos no exterior - seria equivalente a investir em ações de empresas do exterior ou em fundos de investimento que tem ativos do exterior.
Imóveis - tem um fluxo de renda confiável, aluguéis, e valorização, no cenário atual a rentabilidade é baixa e tem pouca liquidez.

Abaixo, apresento uma tabela comparativa da alocação de três grandes fundos do país:

-PREVI (o maior do país, cujos assistidos são os funcionários do Banco do Brasil);
-PETROS (o segundo maior, cujos assistidos são os funcionários da Petrobras);
-PORTOPREV (menor em relação aos demais, cujos assistidos são funcionários da Porto Seguro).

Abaixo, demonstro uma outra tabela, que é extraída a partir da primeira, fazendo á média do mínimo e máximo para cada segmento de investimento e normalizando para que a soma fique em 100%. Pelo resultado apresentado na tabela abaixo, pela premissa descrita, o plano PETROS mostra-se ser o mais agressivo, pois, em média, 43% (31%+12%) de seu capital fica investido em segmentos arriscados, o plano PORTOPREV mostra-se ser o menos agressivo, com 20% do seu capital investido em segmento arriscado, enquanto o plano PREVI ficou na posição intermediária, com 31% (28%+3%) alocado em risco.

De acordo com o resultado apresentado, parece-me muito arriscado, alocar mais de que 50% dos recursos em ações, uma vez que o fundo mais agressivo, PETROS, indicou uma média de 43%. Na crise financeira de 2008, muitas ações reduziram sua cotação à metade do seu preço, você suportaria perder metade do seu patrimônio? Eu, não! 

A estratégia adequada, na minha visão, é começar de forma conservadora, na renda variável, com 15% no máximo e aumenta-se esse percentual, até o máximo de 50%, à medida em que percebe-se que suas operações estão rendendo bem, ou seja, que através das suas análises, sejam elas fundamentalistas, ou técnicas, o resultado alcançado se mostra consistente e isso deve acontecer, uma vez que ao longo do tempo, provavelmente, o "know-how" do negócio será adquirido.

Utilizando o limite máximo em 50%, você fica preparado para momentos de crise, preparado para investir em boas empresas as quais terão sua cotação reduzidas à valores muito baixos por conta do pessimismo que se instala que gera uma diminuição do valor de mercado sem, contudo, haver redução na mesma proporção de sua lucratividade. É bem claro que, após a "etapa pessimista", tais cotações irão retornar à patamares justos.

A outra parte do capital não aplicada em renda variável, uma sugestão é manter o montante referente a um ano de despesas em um investimento de alta liquidez, como CDB, para que você possa dispor dessa quantia em casos de condições imprevistas, como a perda do emprego. O restante, poderia ficar alocado em títulos públicos, ou em letras de crédito de prazo longo, os quais te proporcionarão um melhor rendimento, às vezes com garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), no entanto, com menor liquidez. 

Outra sugestão, são os imóveis, no entanto, estes tem um público alvo mais restrito, já que um apartamento novo de 60 m² e padrão médio custa, hoje em dia, a "bagatela" de R$200.000,00. Os fundos que investem em imóveis, investem no máximo 8%, então se seus 8% representam um apartamento de 60 m² e padrão médio, parabéns, você é detentor de R$ 2,5 milhões.

Resultado Mai/2014

Gente, tá na hora de divulgar os resultados alcançados. Eu, apesar de investir desde 2010 nos segmentos de renda fixa mais famosos, exceto em dois episódios rápidos, um em 2010 e outro em 2011, não havia  investido em ações. Isso porque esses dois episódios foram um pouco traumáticos pra mim, pois logo que comprei ações, de blue chips, não pude suportar perder perto de 10% do meu patrimônio assim em um mês e logo as vendi e fiquei com aquela sensação de que mexer com ações não era para mim. Cometi de cara o erro de alocar logo todo meu capital em renda variável, apostando na sorte.

Pois bem, aqui estou eu de novo, já mais estudado em relação ao mercado financeiro. Desde março/2014, passei a investir em ações e espero obter bons resultados dessa vez. Preparei um gráfico para mostrar a rentabilidade e uma tabela para demostrar como os meus recursos estão alocados, no momento. Para ficar no padrão dos demais investidores de blog, estou utilizando o sistema de cotas, do blog Além da Poupança, explicado no link. Por enquanto a meta mensal está em 1,2%, pois ainda estou aprendendo e, por hora, os 2% são ainda não factíveis para mim.

No mês de maio mantive a baixa exposição em renda variável, porque ainda estou aprendendo e não decidi ainda quais ações vou operar em modo "buy and hold". Fiz operações com as ações BBSE3, PSSA3, KLBN4, e com opções de ITUB4, com exposição muito baixa em operação vendida e que me trouxe um bom resultado, visto que essa ação só caiu.

Vou manter minha baixa exposição em renda variável, pois, como a economia brasileira anda escorregando, vou aguardar o IBOV corrigir essa alta recente. Ou, de acordo com os estudos fundamentalistas, se eu detectar algum ativo com desempenho operacional acima da média e com valor de mercado abaixo, pode ser que eu aumente minha exposição em renda variável, mas, por enquanto, ainda não conclui nada acerca disso.

Sobre alocação de recursos, escrevi algo sobre isso e você pode verificar pelo link.